Pergunta: Guilherme (Faculdade de Medicina de Petrópolis)
…Estou formado há 2 anos e não consigo decidir a especialidade, por isso peço sua ajuda.
Gosto muito de pesquisa translacional, ou seja, de pesquisa básica aplicada à clínica. Vejo carência nesta área médica no Brasil, porém não há emprego nessa área. Sempre gostei da complexidade de doenças da oncologia, erros inatos do metabolismo e das síndromes neurológicas raras, porém observo que não existe tempo livre para se dedicar à pesquisa básica e à carreira médica e obtiver algum lucro com isso, já que a pesquisa tem muito gasto. Tendo em vista isso, penso que genética médica ou patologia me serviriam, contudo não observo que os patologistas hoje viram empregados e quase competem com os biotecnologistas, e os geneticistas sequer tem oferta de empregos com salários convidativos, ao menos no RJ, onde moro. Tenho habilidades manuais boas, porém me sinto mais confortável pensando em problemas complexos, criatividade e inovação do que com trabalhos manuais repetitivos. O que você me sugeria fazer? OBS: Fiz mestrado em DIP, pois gostei da interação parasita-hospedeiro/sistema imune, contudo no RJ encontro dificuldade em me estabelecer na infectologia fora da “aidologia” ou “tuberculogia”, sem possibilidades de ganho ou emprego nesta área.
Resposta :
O estágio de desenvolvimento atual do país, principalmente em termos de economia, aponta para um futuro breve de crescimento acentuado da pesquisa na área de saúde; assim a pesquisa pode ser interessante para vc. O caminho para isso seria tentar se ligar a uma grande universidade, tipo USP, UNIFESP ou UFRJ, através de um curso de Doutorado. Em grandes centros, a pesquisa pode ser bem remunerada por meio de projetos financiados por órgãos de fomento como CNPq, Faperj, Fapesp e Capes.
Outra possibilidade seria conseguir, através do doutorado, uma bolsa para pesquisa fora do Brasil ( os EUA seria o país mais indicado). A área de preferência seria a genética, onde existem muitos projetos principalmente ligado ao estudo do Genoma humano.
Por outro lado, se quiser aproveitar o mestrado em DIP, um caminho interessante e bem remunerado seria a implantação de CCIH em hospitais, segmento carente de profissionais.
Sucesso
Mário Novais